Pus a chaleira a com água a ferver e fiz um chá. E sentei-me e pensei.
Não é obsessão. Mas primeiro fiz a Race for Life para ajudar na luta contra o cancro e ontem fui ver o The fault in our stars (traduzido como "A culpa é das estrelas"). Já vi que em Portugal o livro também é muito popular. É um filme forte. As personagens do filme tornam-no engraçado. É uma maneira de tratar o cancro com "humor". Ou tratar-lhe pelo primeiro nome.
A mensagem da corrida em que participei é que um dia vamos conseguir combater o cancro, um dia vamos conseguir lhe dar um pontapé no rabo. Como dizem cá "up yours, cancer". Quanto mais pesquisa conseguirem fazer, mais rápido vão conseguir entender/combater o gene do cancro e eliminá-lo.
Pelas pesquisas, fumar é de longe a maior causa evitável de cancro no Mundo. Uma em cada quatro mortes de cancro no Reino Unido foi causada pelo consumo de tabaco. Um quinto de todos os cancros mostra ser causado também pelo tabaco. O álcool também é um amigo da onça. É a maior causa de sete cancros - boca, garganta, cordas vocais, mama, fígado e intestino.
Claro que não vou deixar de beber álcool sociavelmente, só porque vou pensar que amanhã vou acordar com cancro. Pois, sabemos, que por muito mais esforços que façamos pode acontecer a qualquer um de nós... até por mais saudáveis que nos sintamos. Não custa nada é ter estas ideias em mente, para ficar mais alerta.
Até a corrida, eu encontrava-me completamente às escuras em relação ao cancro. Nunca tinha pesquisado, nunca tinha procurado e sinceramente, nunca me tinha interessado muito. Se calhar por, felizmente, não ter casos muito próximos no meu grupo de amigos/família. A minha avó materna teve cancro no cérebro, e isso sempre me criou alguma curiosidade, para ver como cresce, como não cresce e como apesar de tudo ela ainda está aí ao fim de tantos anos (quando digo tantos, é bem capaz de serem mais de 30, pois eu ainda nem tinha nascido), pronta para as curvas e com mais energia que eu.
E depois encontrei este blog que me deu a minha amiga Carla. É de uma rapariga que ela conheceu na Austrália quando lá esteve a morar. A miúda de 27 anos parece cheia de vida e de boas vibrações. E encontra-se com cancro na mama. O blog está em inglês, eu já li os posts todos - de lencinho na mão a chorar baba e ranho.Ninguém está livre. E dentro de mim é uma raiva gigante por ver pessoas com tanta vontade de lutar e de conseguir vencer esse demónio. É uma frustração tão grande. Vejam o vídeo abaixo.
Eu gostava de ajudar mais e de fazer mais e de estar mais próximo das pessoas. E retiro o que disse à Alexandra. Se estivesse com ela agora diria-lhe "Se queres e gostas, vai para oncologia."
