17.7.11

do you need?

Chega-te aqui.
Vem cá e não tenhas medo. Não quero que te assustes depois do quanto já te insultei e quantas vezes te disse 'não quero'. Eu sei que fui orgulhosa e de qualquer maneira acho que continuarei a ter essa atitude contigo. Só para não tomares o gostinho. Volta e meia passas-te um bocadinho e apetece-te brincar comigo. E eu não gosto  disso. Ao fim de tantos anos a aturar-me, já devias saber que não gosto.
Eu gosto de ti, no fundo. Sabes e sempre soubeste. Desde o dia em que, enraivecida, derramei uma lágrima por ti. Desde o dia em que, feliz, senti borboletas na barriga. Desde o dia em que, triste, chorei com o coração apertadinho. Desde o dia em que me fizeste saltar atrás da porta, mal a fechava. Desde o dia em que sorri para o telemóvel no meio da rua.
Às vezes duvido se o nosso sentimento é correspondido. Acho que não gostas mesmo de mim, ou se calhar és só mauzinho para eu 'aprender' que não és pêra doce. Nunca percebi a tua máxima de vida, a lógica de existires... mas também acho que ninguém percebeu ainda. És imperceptível, e deixas os que te sentem baralhados.
É que tu nunca te contentas com a felicidade plena e ficas "queto" no teu cantinho. Em vez disso, de vez em quando fazes merda. Era tão mais fácil de te compreender se fosses assim. Se bem que se calhar não teria tanta piada. As coisas simples não dão luta, e tu dás. Só por isso, deves valer a pena. Vou-te dar uma oportunidade. 
Ninguém sabe se existes ou não, nunca ninguém te viu. Acham coisas, mas ninguém te tocou.
A cada dia que passa gosto um bocadinho (pequenino) mais de ti. Mas sei que é porque agora tenho-te a ti só para mim, antes dos outros. Esta nossa relação mais próxima, só eu e tu, está-me a dar pica, e eu gosto. 
Eu trato o amor por tu.